
Em 2022, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) iniciou um processo de formação de educadores em uma perspectiva inclusiva. A ideia é construir uma rede de apoio com profissionais capacitados para melhor atender os alunos com deficiência matriculados nas unidades de ensino da Rede Municipal.
Para isso, a Divisão de Educação Inclusiva da Semec saltou de um trabalho com demandas técnicas como matrículas, atendimento, garantia de recursos e professores para a própria formação dos educadores, que anteriormente acontecia em momentos específicos.
Após as primeiras capacitações com técnicos, diretores, coordenadores pedagógicos e professores de Atendimento Educacional Especializado (AEE), a equipe de formação deu início ao diálogo com o grupo de maior desafio, os professores que atuam na sala de aula regular. Essa é a primeira vez que esse público vai discutir a temática dentro de um cronograma contínuo, mesmo que inicialmente através dos professores formadores.
“Percebemos que uma grande barreira era a falta de conhecimentos mais profundos em aspectos relacionados à inclusão. Então montamos uma equipe específica para o trabalho de formação, atendendo por várias frentes, como o Curso de Libras para servidores municipais e a formação na perspectiva inclusiva. Assim envolvemos uma rede sensível à causa da educação inclusiva para nos dar suporte e chegar até a sala de aula regular, algo novo. À medida que esses formadores planejam as sequencias didáticas, o currículo, organizam o que vai para sala e as ações inclusivas já são fixadas nesse trabalho”, explica Amanda Kárdia, chefe da Divisão de Educação Inclusiva da Semec.

De acordo com a coordenadora de Formação da Educação Inclusiva, Cássia Dias, os professores começarão a aprender sobre legislação, aspectos éticos, atendimento, até chegar na construção de instrumentais e estudos específicos de cada deficiência.
“A educação especial é transversal, então a proposta é entrar em temáticas na Educação Infantil, Ensino Fundamental e também EJA, passando pelo tempo integral, cada segmento com sua estratégia. Os professores terão flexibilidade para desenvolver as atividades de acordo com as necessidades de seus alunos, desde adaptações metodológicas até curriculares, a partir dos conhecimentos adquiridos nesse processo”, diz Cássia
A ideia é que os educadores também possam compartilhar suas dificuldades para que sejam encontradas soluções em grupo, diferenciando o que pode ser solucionado somente com um olhar mais sensível e o que necessita de intervenção externa.
“Sabemos que a médio prazo começaremos a perceber as mudanças, porque a partir do momento que você sensibiliza e prepara esses profissionais, elimina uma das barreiras do universo das pessoas com deficiência, que é a atitudinal. Temos outras, mas vamos derrubando cada uma, começando por essa”, conclui Cássia.